Mulheres na Tecnologia: por que é importante incentivar a participação delas no setor

A discussão sobre igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho não é de hoje. A realidade é que a luta das mulheres por espaços entendidos como próprios para os homens é contínua.

Na área da tecnologia, ambiente majoritariamente masculino, apesar da participação das mulheres não ser incentivada e dos incontáveis desafios, os números mostram que a representatividade feminina no setor vem aumentando.

Segundo um levantamento realizado pela Catho no início deste ano, as mulheres representam hoje 23% dos profissionais do setor, 2,1 pontos percentuais acima do ano de 2021, em que elas representavam 21,48%. 

“Quando iniciei minha carreira não era uma questão de gênero, mas havia pouquíssimas mulheres nesse mercado, não era um mercado que as atraia, creio que por conta do estigma de que matemática e lógica não eram inerentes ao gênero feminino”, conta Zilea Barrilari, Diretora de Tecnologia da Informação na Zurich. 

Apesar dos avanços, ainda estamos muito longe de um cenário de equidade, principalmente quando falamos sobre mulheres ocupando cargos de liderança. Para Danieli Freitas, Gerente de Tecnologia na Zurich, as mulheres estão em desvantagem. “A força feminina ainda está em desvantagem e é preciso colocarmos mais peso, força, holofote e mais ações afirmativas como metas de contratação, programas, projetos e grupos, para que a mudança seja mais rápida e efetiva. Ainda estamos lutando contra uma liderança masculina, machista e masculinizada para o tema da inclusão”, complementa.

Para Nicole Motta, Gerente Executiva de Tecnologia na Zurich, o fato de só ter tido gestores homens a fez despertar para o seu diferencial.

“Quando busquei cargos de liderança achava que eu deveria ter uma postura mais “masculina” do que eu realmente era, pois todos os meus gestores eram homens. Com o passar do tempo, entendi que as minhas características femininas eram um diferencial na minha gestão e eu poderia me tornar uma pessoa mais empática. A própria maternidade me trouxe um entendimento maior do outro e de suas questões pessoais”, afirma Nicole. 

Os desafios encontrados no setor
É comum – mas não deveria – que as mulheres olhem para a área de tecnologia e pensem que não é para elas. A falta da sensação de pertencimento e de referências no setor são fatores desmotivantes que contribuem com a insegurança. 
Mas não é só na área da tecnologia que as mulheres deixam transparecer a ‘síndrome da impostora’ – conceito usado para explicar a baixa confiança das mulheres na vida profissional. Segundo o Informe de Percepção de Gênero, divulgado pelo LinkedIn em 2018, mulheres tentam 20% menos vagas do que os homens porque entendem que precisam cumprir 100% dos requisitos. Os homens, contudo, costumam se candidatar cumprindo apenas 60% dos requisitos.

Para Nicole Motta, a escola tem papel fundamental para incentivar e empoderar mulheres para o mercado. “Acho que falta o incentivo às meninas, ainda no Ensino Médio, a se envolverem nas áreas de tecnologia e programação. É preciso reforçar a ideia de que esta não é uma área somente de “meninos”. A área de tecnologia é muito ampla e tem foco em vários segmentos”. 
Para além da falta de incentivo, um outro desafio é a desmistificação da carreira. "Um dos fatores que impedem o crescimento do mercado para as mulheres é a desmistificação de que carreiras técnicas exijam pessoas diferenciadas em termos de formação, conhecimento e QI. Em TI temos carreiras de todos os tipos como em qualquer outra indústria, afirma Zilea Barrilari. 

Como estamos impulsionando a participação de mulheres na tecnologia
Na Zurich, temos um forte compromisso com a equidade de gênero e inclusão da mulher no mercado de trabalho. Não à toa, possuímos certificações como a EDGE, responsável pela mensuração do equilíbrio entre homens e mulheres no que diz respeito a oportunidades, salários e políticas de inclusão. Também somos certificados com o selo Great Place to Work Mulher, reconhecendo a corporação com destaque para políticas e iniciativas de equidade de gênero, além de outras iniciativas como a parceria com a Soulcode, escola inclusiva de tecnologia que atrai mulheres para a área.

O resultado desse conjunto de ações e iniciativas fazem parte do propósito da companhia de impulsionar a participação das mulheres, inclusive na área da tecnologia, e reflete diretamente na autoconfiança e na motivação das colaboradoras. 

“Na Zurich foi onde eu tive minha maior transformação em termos de liderança, eu sempre me senti desafiada, mas em um ambiente acolhedor e seguro para poder buscar minha identidade de liderança. Líderes conscientes sabem qual é o seu propósito, sabem a sua história, sabem de onde vieram e para onde estão indo, e eu sinto que estou vivendo a minha vocação pessoal e única - conta Danieli Freitas.

Para Nicole Motta, liderar uma equipe de tecnologia dentro da companhia é motivador. “Liderar uma equipe de tecnologia é muito motivador. É preciso ser uma facilitadora para que o time consiga evoluir em novas plataformas tecnológicas ou em mudanças de processos”. 

Um longo caminho pela frente
O mercado de tecnologia pode e vai evoluir ainda mais na criação de ambientes de trabalho mais inclusivos e consequentemente aumentar a proporção de mulheres no setor. E para quem está começando, elas aconselham: 

Zilea Barrilari: “Identifique a área que te inspira nesse mercado, não se prenda em crenças limitantes de espécie alguma, confie no seu potencial e na capacidade de transformar tudo o que tocar em algo melhor e você terá sucesso sempre. Não escolha esse mercado porque paga bem e sim porque te inspira e te faz querer transformar o mundo em um lugar melhor para todos”. 

Nicole Motta: “Eu diria para seguir em frente e explorar as oportunidades que este mercado proporciona mesmo que encontre obstáculos pela frente”.   

Danieli Freitas: O mercado de tecnologia é muito amplo, tem muitas oportunidades e um mercado muito dinâmico. As empresas precisam da tecnologia para crescer seu negócio e com certeza cada um encontrará seu espaço dentro de um universo de possibilidades”. 

Inspirador, não é mesmo? 
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